segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Livros lidos em 2009

Vou registrar a lista aqui só porque assim que virar o ano eu a apago da coluna ao lado. ^^

Os filhos de Anansi, de Neil Gaiman.
Laranja Mecânica, de Anthony Burguess.

A forma do livro, de Jan Tschichold.
Artemis Fowl - O paradoxo do tempo; de Eoin Colfer.
Amanhecer, de Stephenie Meyer.

O triste fim do pequeno Menino Ostra, de Tim Burton.
Harry Potter and the Sorcerer's Stone, J. K. Rowling.

A menina que roubava livros, de Markus Zuzak.
A cidade do Sol, de Khaled Hosseini.
As bodas de Fígaro, de Beaumarchais.
Eclipse, de Stephenie Meyer.
Duas narrativas fantásticas - A dócil e O sonho de um homem ridículo; de Dostoiévski.
O Evangelho segundo Jesus Cristo, de José Saramago.
Olhai os lírios do campo, de Erico Verissimo.

Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago.
Os contos de Beedle, o Bardo; de J. K. Rowling.
Lua Nova, de Stephenie Meyer.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Disney - parte 3: O sonho

Eles não exageraram quando disseram que aquele é o lugar onde os sonhos se tornam realidade.
Ir para a Disney é se tornar criança de novo. É deixar o queixo cair centenas de vezes durante o dia. É repetir milhões de vezes "olha que lindo!".
É chorar de emoção ao ver o castelo. É chorar de emoção ao assistir um filme. É chorar de emoção ao ver um show. É chorar de emoção ao ver uma árvore esculpida.
Ir para a Disney é ser feliz todos os dias. É não querer se preocupar com porcaria nenhuma, porque nada, nada pode estragar aquele momento.
Ir para a Disney é ter certeza de que tudo à sua volta é real, é de repente acreditar mais naquele mundo fantástico do que em qualquer outra coisa que você já tenha visto. É participar de muitas aventuras diferentes no mesmo dia - viajar por vários países, sobrevoar a Terra do Nunca, atirar em alienígenas, fazer um safári, fugir de dinossauros - e se jogar de corpo e alma em cada uma delas.
Ir para a Disney é ver as coisas mais bonitas acontecendo, como quando uma criança vê a Bela e a abraça, da forma mais confortável, feliz e confiante que se pode abraçar alguém. Não como se fosse um ídolo ou um sonho, mas simplesmente como se aquela princesa fosse uma velha amiga que te traz muita alegria.

Voltar da Disney e se lembrar dessas coisas às vezes parece inacreditável. Às vezes, não. Às vezes simplesmente te dá uma sensação incrível de acolhimento. Acho que foi o mesmo que o menino sentiu quando abraçou a Bela.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Disney - parte 2: As pessoas

Alguns fatos sobre as pessoas nos Estados Unidos (os asteriscos indicam os fatos que eu acredito estarem relacionados especificamente ao fato de as pessoas estarem na Disney):

- Todo mundo está feliz. Todo mundo.*
- As crianças americanas fazem as mesmas brincadeiras que as brasileiras (como aquela de bater duas vezes na perna e depois fazer um sinal de proteger-se, carregar a arma ou atirar, sabe?).
- Eles pedem desculpas quando esbarram em você. Os únicos que encostaram em mim e não pediram desculpa eram do meu grupo.
- Os vendedores não te pedem ajuda com o troco. E te dão o troco inteiro, inclusive as moedas de 1 centavo.
- Os vendedores estão de bom humor.*
- Eles dançam quando ouvem YMCA. Só o refrão e sentadinhos mesmo, num intervalinho na refeição, mas dançam.
- Eles comem muita porcaria. Sem remorso algum, dão coxas enormes (de frango, de porco ou sei lá) para as crianças comerem.
- Eles brigam com o gerente e se viram para a coitada da brasileira ao lado exclamando "Six dolars is six dolars!!!".
- Muitos deles são gordos. Mesmo. Às vezes eles usam carrinhos para se locomover. E às vezes se parecem exatamente como aqueles personagens de Wall-E.
- Eles te encantam quando você percebe que, apesar de qualquer diferença, eles sorriem igualzinho a você quando veem o Mickey.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Disney - parte 1: Os sentidos

O que eu ouvi
foram todas as músicas dos filmes que me encantaram a vida toda - desde High School Musical até O Rei Leão, passando por Toy Story, Jurassic Park e até O Corcunda de Notre Dame. Foram crianças falando inglês ("Mommy, is that you?!"), vendedores se despedindo com "Have a magical day!". E, principalmente, regras de segurança ("Please remain seated with hands, arms,
feets and lags inside the vehicle") e de comodidade ("All the way down guys, fill all the empty seats, don't stop at the middle!").

O que eu cheirei
foram hambúrgueres e batatas fritas. Aos montes. Mas
também o cheiro delicioso do meu quarto (cheiro de ar condicionado, edredons gostosos e biscoitos do Wal-Mart) e da vegetação abundante. Também senti cheiro de cavalos e hipopótamos, mas esta parte não foi muito agradável.

O que eu degustei
foram mais hambúrgueres e batatas fritas. Sempre em maior quantidade do que eu podia aguentar. Por vezes houve também salada com frango e até comida italiana, francesa e inglesa, num dia atípico. E muita, muita Coca-Cola.

O que eu senti
foi muito calor, seguido de muito frio quando eu entrava em qualquer ambiente fechado, a ponto de a sensação de choque térmico não mais existir como um choque propriamente dito. À noite, o calor era gostoso, o ar úmido e agradável de noites bonitas de verão. E, é claro, muito vento no rosto nos momentos em que eu estava gritando e sendo movida em alta velocidade.

O que eu vi
foi isso:


terça-feira, 6 de outubro de 2009

O rádio

Eu ouvia Michael Jackson de manhã, enquanto ia para o metrô.
Todos os dias.
Geralmente era Heal the World.
Hoje eu ouvi Elton John. Song for guy.
Comecei a brisar.
Se o Elton morrer, vou começar a ouvir funk.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Bipolar

Ah, a sala. Fechada e comum, costumeira. Normalmente, eu a amo. Mas que tédio tantas vezes sinto nela! Começou a bater uma angústia. Aquele clima pacato me consumindo, uma agonia crescente.

E o mundo lá fora. Quando eu saí, fazia sol e, por um momento, eu me senti bem com o calor que eu comumente abomino. Depois do sol, vinha o ar agradável sob as árvores, que naquele lugar parecem todas pactuar para crescer entortando em direção à passagem, formando na pele da gente aquelas sombras que parecem desenhos de caleidoscópios. Me senti tão bem.

sábado, 5 de setembro de 2009

Projeto de drabble

Escrita para o Challenge de Drabbles do fórum 6V. Limite de 400 palavras, a minha tem 357. Ainda em fase de adaptação, aceito sugestões e críticas.


- Eu vou contar para a mamãe!
Ele correu escada abaixo, sentindo antecipadamente o prazer de entregar os irmãos.
Fred gritou, um degrau sumiu, Percy caiu.
Um joelho ralado, o choro, duas vozes idênticas.
- Bem feito!
- Seu nariz ‘tá com defeito!
E a garotinha ruiva, ainda usando fraldas, veio em sua direção, assustada com as lágrimas do irmão. Sentou-se ao seu lado, beijou seu joelho. E abraçou sua perna com força.
- Não chola, Pechy!

Montes de crianças e malas.
Correria e gritaria.
Tudo novo e empolgante.
Gui e Carlinhos procurando os amigos, Percy orgulhoso - de si mesmo.
O trem apitou, a mãe desabou.
Deu-lhe o abraço mais apertado e os beijos mais molhados que ele já recebera até então.
- Escreva para mim, querido! E comporte-se!
Percy obedeceu. As duas ordens.

Gina saiu da sala, após jurar fidelidade. O casal se olhou assustado. Os olhos dela se encheram de lágrimas.
A culpa era dela. Não era. Era. Não era.
A menina ia guardar segredo. Não ia. Ia. Não ia. Ia.
- Eu te amo.
Ela ergueu os olhos para ele, assustada. Percy sentiu as orelhas queimarem e o coração inflamar. Mas não desviou o olhar.
Penelope sorriu. Ainda com os olhos vermelhos, enterrou a cabeça em seu peito e o abraçou.

Estava escuro lá dentro, ele fechou a porta do dormitório e as cortinas de sua cama. Não podia acreditar, não podia suportar.
A vida sem Penelope era sem cor.
Mas umas mandrágoras resolviam.
A vida sem Gina era vermelha.
E nada resolveria.
Seus olhos, a cortina da cama, seu nariz.
Vermelhos.
Ele tinha brigado com a irmã naquela manhã.
Palavras e mais palavras, daquelas difíceis que Percy gostava de usar. Sobre consideração, confiança, vergonha, decepção, fardo. Todas as palavras que ele encontrou no seu acervo de mágoas instantâneas.
E agora ela se fora.
Primeiro Penelope, depois Gina.
Elas foram e a mãe estava vindo. Ele não conseguia imaginá-la. Não queria pensar nela.
Uma lágrima rolou por seu rosto, ele não sabia por qual das três.
Ele daria qualquer coisa por mais um daqueles abraços.
Mas, hoje à noite, só teria as lágrimas.


Agradeço à fofa da Pam pela betagem. ^^

sábado, 29 de agosto de 2009

A conversa dos outros

"Há também as conversas dos outros [...], que acabam se infiltrando nos nossos ouvidos quer gostemos ou não. Mas eu poderia fazer um post apenas sobre elas[...]"
Eu mesma, 3 de julho de 2009.


A começar por duas meninas a caminho da USP:
- Ah, não, aquela lá...
- ... ela não sabia nem diferenciar uma veia de uma artéria!
E as duas riram, muito divertidas.

Uma mãe, no metrô:
- Continua fazendo isso que você vai ver, quando tiver a minha idade, como você vai estar.
A filha, lá pelos seus 13 anos:
- Quando eu tiver a sua idade eu não vou estar mais nessa vida, não, eu vou casar com um homem bem rico e vou andar só de carro.
A amiga da filha:
- Já pensou, um homem rico, moreno de olho verde? Você tava feita!

Uma mulher conversando com a amiga atrás de mim:
- O meu namorado eu conheci lá na Indianópolis. Eu tava fazendo meu ponto quando ele passou e eu disse 'vou naquele'. A [fulana] disse 'mas ele não está nem de carro!' e eu respondi 'ah, minha filha, tenho que trabalhar'.
Para quem não é de São Paulo, Indianópolis é uma avenida com muita prostituição.

Um grupo de amigos conversava no fundo do ônibus, quando a única menina do grupo começa um verdadeiro interrogatório com um deles:
- !!! Você está pegando alguém?!
- É.
- Por que você não me contou? Quem é?
- Ah, uma mina aí...
- Ah, me conta quem é!
- Não...
- Conta, vai! Conta! Conta!
- Hm...
- Posso tentar adivinhar?
- Hm...
- É alguém que eu conheço? Tá na nossa sala? Como ela é?
Aqui não parece tão irritante, mas o interrogatório durou bem uns dez minutos. Eu tive muita vontade de socorrer o coitado do menino.

Um cara, para uma menina que esperava para descer, se segurando como podia enquanto o ônibus fazia suas rotatórias:
- Essas curvas são traiçoeiras, não?
A menina sorriu para ele, provavelmente reconhecendo um colega ou amigo que não tinha percebido ali.
- Quem fez essa USP não pensou nos ônibus, viu... - continuou ele.

Uma menina no ponto de ônibus falando mal das princesas da Disney:
- Não é só a Bela Adormecida, são todas. É uma mais ridícula que a outra, é a coisa mais machista que eu já vi na vida. A Bela então é terrível.
Eu já fiquei espantada e esperando o que diabos ela podia ter para falar da Bela.
- Imagina, tem um trecho da música que ela fala assim: *cantando* 'Madam Gaston, casar com ele. Madam Gaston, mas que horror. Jamais serei esposa dele, eu quero mais a vida do interior'. É uma mulher totalmente sem perspectivas!
Eu concordaria com a menina, mas não é isso que a Bela fala. Ela diz 'eu quero mais que a vida no interior'! Se tem uma princesa da Disney sem perspectiva na vida, com certeza não é a Bela. Que raiva, que vontade de gansar na conversa da menina!

Um cara sentado ao meu lado, falando para o outro:
- A diferença entre os seres humanos e os animais está na forma como fazemos sexo.

Duas amigas no ponto de ônibus:
- Às vezes uma mulher monogâmica, o marido dela transa com uma puta e ela pega AIDS. E eu, transando com cinco pessoas por ano e usando camisinha, não posso doar sangue! Fiquei puta!
- Mas você não pode mentir?


Agora não lembro de mais nenhuma conversa... mas já dá para vocês terem noção.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ela disse adeus

Mas não foi que nem na música.
Ela disse adeus e não chorou. E ela tinha muito, muito amor.

Okay, na verdade ela não disse adeus. E nem eu. Porque adeus é muito triste. A gente disse tchau. Porque muito em breve nos veremos de novo.

Na hora, eu não fiquei triste. Eu estava ocupada demais pensando em como ela merece isso. Em como ela merece todas as experiências boas que a vida puder lhe proporcionar. Estava ocupada demais sentindo o carinho de seus abraços pela última vez em um ano.

Foi apenas ontem que a fixa caiu. Quando eu descrevia a minha amiga para alguém que provavelmente não vai conhecê-la. Eu falei da sua alegria e do seu charme. Eu pensei no seu sorriso e em como ela obriga todos ao redor a se apaixonarem por ela.
Foi a primeira vez em que fiquei triste por ela não estar aqui comigo. Não foi uma tristeza cem por cento. Eu sei que ela vai voltar muito chata e vai ficar mais chata ainda quando entrar na faculdade, e sei que eu deixarei de amá-la automaticamente quando isso acontecer.
Mas, por hora, eu ainda adoro aquela menina e não posso deixar de sentir falta dela.

Eu realmente espero que ela seja muito, muito feliz.

domingo, 9 de agosto de 2009

Um devido agradecimento

Sabe quando você gosta muito de fazer uma coisa, tanto que se oferece para ajudar os outros fazendo aquilo? Sabe quando você se diverte fazendo algo útil? Sabe quando você chega a se comprometer com as pessoas que fará aquilo para elas?

Bom, eu me comprometi. E a minha diversão era betar (revisar) as fanfics dos outros. Cheguei a fazer parte da equipe do 3V, recentemente extinto site de fanfics. Mas as autoras - e também amigas - que sempre me mandavam suas fics eram três: Jane Ravenclaw, Noah Black e Victoria Weasley. Elas foram muito amáveis e perdoaram todos os meus atrasos absurdos. Confiaram a mim os seus textos e me deixaram corrigi-los e comentá-los. Elas me deixaram ajudá-las e assim, mal elas sabem, me ajudaram muito.

No início do mês de Maio deste ano eu recebi uma ligação de uma produtora editorial e fui contratada para um serviço de freelance que estou fazendo há três meses. No início precisava-se de alguém que soubesse mexer bem no Word. A minha amiga, que já trabalhava no lugar, me recomendou - ela lembrou que eu passei muito tempo com o Word aberto lendo e corrigindo fics. Depois de dois meses de serviço, precisava-se de alguém para revisão de texto. E mais uma vez meu nome foi lembrado graças às minhas atividades de betagem.

Eu me sinto muito mal por ter negligenciado essas meninas. Não tive tempo para terminar suas fics, justamente devido às coisas boas que elas me trouxeram. Um dia desses eu cheguei a comentar, com uma das meninas, que eu tinha sumido porque me sentia mal de aparecer para falar com elas sempre com um "desculpa, prometo que até tal dia eu beto".

Elas são muito pacientes e legais comigo. Sem contar que me dão o privilégio de ser uma das primeiras leitoras de suas obras (que, por sinal, são muito boas). Então, em vez de implorar desculpas mais uma vez, eu agradeço. Agradeço muito a todas e desejo muito sucesso. Vocês são ótimas!

domingo, 12 de julho de 2009

Sexo

- São dois machos?
- Um macho e uma fêmea.
- Mas são castrados?
- Eles já tiveram filhos uma vez, daí eu castrei, se não, não dá.
- Ah, os meus eu castrei quando pequenos.

Ser bicho tem lá suas desvantagens.
Esses gatos, por exemplo. A mãe deles encontra com uma estranha qualquer na rua e começa a falar da vida íntima deles, na frente deles, enquanto a estranha acaricia suas cabeças. Coitados.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Nessa bumba eu não ando mais

Pegar ônibus é algo curioso. Há quem goste, há quem não suporte, há quem simplesmente o faça. Mas o que não se pode negar é que há algo de peculiar no dia-a-dia de passageiros de ônibus.

A começar pelo ponto.
Você já chega nele se apressando e, muitas vezes, praguejando. Se estiver muito vazio, ou é porque você pega ônibus no meio do nada (sorte sua) ou porque você chegou um minuto atrasado e terá que esperar o próximo. Se estiver muito cheio, significa que você pode vestir a sua farda.

A guerra do embarque
é um dos momentos mais tensos. Ela tem início ainda durante a espera pelo ônibus, quando você procura um lugar próximo à sarjeta. Um lugar que, por intuição, experiência, lógica ou mandinga, você pretende que seja exatamente onde ficará a porta da frente quando o ônibus parar.
Então ele chega. Se parar na sua frente e você for o primeiro entrar, parabéns, você teve a sua primeira conquista de hoje! Se não, bem-vindo ao resto das trinta e duas pessoas que estão revoltadas se empurrando para entrar antes das outras. Mas não fique magoado se ficar entre essas pessoas. Veja pelo lado positivo: pelo menos o seu ônibus não parou atrás de um outro que não te interessa e, portanto, bem para trás do ponto, o que geralmente te colocaria exatamente na ponta oposta à que você costumava ficar na fila.

Então você entrou no ônibus,
após esperar as pessoas que entram e, como você, vão andando bem devagar e espichando o pescoço para tentar descobrir se há lugares livres depois da catraca (afinal, um dos grandes pavores dos passageiros, mesmo dos mais esportistas e saudáveis, é ser obrigados a viajar em pé). Se não houver, você tem que decidir entre:

1 - Passar a Catraca
Neste caso, você fica em pé. Se tiver sorte, alguém se oferece para segurar a sua mochila. Você pode aceitar e tirar o peso das costas (ou das mãos, onde você certamente a estava carregando, não para evitar furtos, mas para não atrapalhar os outros usuários, que você respeita demais) e entregar à pessoa. Mas aí você se sente obrigado a viajar perto da pessoa enquanto estiver em pé. Em vez disso, você pode escolher por si só onde vai viajar em pé e, usando das habilidades preconceituosas que eu sei que você tem, posicionar-se estrategicamente perto de alguém com cara de que vai descer antes de você. (No meu ônibus para a USP, por exemplo, não vale a pena esperar que alguém de mochila desça antes do campus, muito menos se for um japonês.)

2 - Ocupar um acento preferencial
O que sempre gera polêmica. Afinal, se um idoso ou uma mulher grávida entrar você com certeza cede o lugar (se você for uma pessoa decente que não finge estar dormindo). Mas e se entrar alguém mais ou menos idoso ou uma mulher mais ou menos barriguda? Aí sim, você tem que usar não as habilidades preconceituosas que eu sei que você tem, mas o bom senso e a intuição. Aí ferra tudo! Você sempre corre o risco de a pessoa se ofender. Sempre. Há quem diga que o melhor a se fazer é levantar-se e não dizer nada. Se a pessoa se achar "preferencial", ela senta. Mas aí você corre o risco de que aconteça o que me aconteceu um dia desses: o velhinho não sentou e outra menina pegou o meu lugar.

3 - A fusão dos dois, que é a minha preferida
Pegar um acento preferencial no fundo do ônibus. Você até cede o seu lugar - se o velhinho chegar até lá e ninguém oferecer o acento antes!

Outras coisas que rolam dentro do ônibus
Gente despencando de sono no seu ombro. Você sempre fica muito sem graça, mas não há como ficar bravo com a pessoa, a não ser que você nunca tenha durmido no ônibus. Se você já acordou despencando para cima de alguém, sabe que a vergonha dispensa qualquer repreensão.
Uma coisa desagradável e que é feita por gente bem acordada é ouvir música sem fone - ou seja, colocar trilha sonora para a viagem alheia segundo os seus próprios gostos - que costumam ser funk, pagode e techno; nunca topei com alguém que ouvisse Pink Floyd alto no ônibus. No máximo Michael Jackson, mas aí dá raiva porque você lembra que aquela pessoa só começou a gostar dele porque ele morreu. ¬¬"
Há também as conversas dos outros ("os outros", que você começa a reconhecer após um tempo na mesma linha), que acabam se infiltrando nos nossos ouvidos quer gostemos ou não. Mas eu poderia fazer um post apenas sobre elas, a começar pela menina que dizia à outra, como se fosse a melhor piada do mundo: "Ela não sabia distinguir uma veia e uma artéria! Hahahaha!"

Muitas outras coisas acontecem no ônibus. Mas eu não posso citar todas elas aqui porque eu dormi e quase perdi o ponto - e essa distração me valeu principalmente a perda da criatividade para finalizar posts. Acontece nas melhores famílias.


Para ler sobre o maravilhoso mundo do metrô, veja este post no blog da Juh.

domingo, 21 de junho de 2009

E-mail meu para a Revista da Folha

"Obrigada à Revista por também falar sobre a greve na USP. A bagunça que é feita anualmente na universidade tornou-se uma palhaçada. O fato de a assembleia ter sido interrompida para discutir a presença da jornalista Leticia de Castro é só mais uma prova de que o movimento estudantil está desmoralizado. Concordo com diversas reivindicações, mas não acho que interromper as atividades da universidade e transformá-la num campo de batalha seja uma maneira eficiente de se fazer levar a sério.
O mais incômodo é que a greve não só atrapaçha os alunos que, como eu, querem assistir às aulas, mas também suja a imagem da USP."

Com direito a edição feita pela Folha. ^^
Minha mãe disse que amanhã eu vou apanhar na USP. A minha sorte é que ninguém lá sabe quem sou eu.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Marginais da classe média

Aos 16 anos
um professor quis expulsá-lo da sala de aula por mau comportamento, mas mamãe e papai não deixaram. Mamãe e papai esfregaram o dedo na cara do professor, dizendo "você não pode fazer isso com o meu filho!".

Aos 20 anos
ele tentou invadir a reitoria da Universidade por causas que sabia que não seriam resolvidas daquela forma. A PM impediu e ele não aceitou aquilo - afinal, ele aprendeu com seus pais que está sempre acima das autoridades e das leis.


Eu gostaria de fazer um protesto contra esses filhinhos de papai metidos a esquerdistas que envergonham seus colegas e sujam a imagem da USP. Mas eu não vou fazer nada porque, diferente deles, estou tentando me dedicar aos meus estudos.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Feira

Eu trabalho no centro de São Paulo. Lá, vendem-se advogados como se vendem peixes.

"Advogado, advogado!"
"Olha o advogado"
"Processo trabalhista!"
"Advogado!"
"Processar o patrão, minha senhora?"

Eu desejo melhor sorte aos meus amigos vestibulandos de direito.

sábado, 30 de maio de 2009

Vira-tempo

Listinha de trabalhos que estou fazendo para a faculdade:
- Identidade visual de uma revista;
- Matéria sobre brasileiras que namoram estrangeiros;
- Site de um centro espírita;
- Pesquisa sobre a Biblioteca Digital do Orkut;
- Pesquisa sobre o leitor idoso no Brasil.
Listinha de outros compromissos que eu assumi:
- Diretora editorial de projeto na Com-Arte Jr.;
- Diretora editorial da edição número 5 da revista Originais Reprovados;
- Designer dos letreiros de um documentário;
- Freelancer em uma produtora editorial (6 horas por dia!);
- Responsável pela Comissão de Contatos do V Fórum de Editoração;
- Beta-reader picaretíssima;
- Organizadora de um evento de Harry Potter que acontecerá daqui a dois meses;
- Designer do logotipo de um projeto social.
Além disso, eu saio com meu namorado e com meus amigos, brinco com a minha irmã caçula e tento cumprir uma meta de 101 coisas em 1001 dias.
E é bem provável que eu tenha esquecido de citar algo.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sufoco

"Eu nunca tive tanta pesquisa para fazer na minha vida!"

Foi o que disse a minha irmã, Sophia, de 9 anos.
Isso me fez pensar que eu vivo dizendo esse tipo de coisa. Que eu sempre estou passando pelo ano mais atarefado de toda a minha vida.
Será que somos muito dramáticas? Ou que as coisas realmente pioram todo ano?

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Os vampiros atacam

Porque eu também tinha que dar minha opinião sobre Twilight.


Na semana passada eu terminei de ler Eclipse. Foi bem legal, eu concordo, mas... só. Só foi bem legal. Eu gostei do final e estou aguardando o próximo, mas não houve nada surpreendente ou que me deixasse com o coração na mão contando os dias para ler Alvorada.
O que eu quero dizer neste post é, excencialmente, que Twilight é legal, mas não merece a barulheira toda que estão fazendo sobre a série.

Às vezes penso que eu fui a única que ficou revoltada ao ler, na quarta capa do livro, que Stephenie Meyer é a mais bem-sucedida autora de fantasia do mundo, ou algo assim. Achei isso ridículo por dois motivos:
Primeiro, porque não dá para respeitar esta pessoa:

E segundo (e agora é sério) porque... MEU DEUS, SERÁ QUE ELES ESQUECEM MESMO TÃO RÁPIDO?!
Como assim a melhor autora de fantasia do mundo? Caramba, Deathly Hallows saiu em 2007 e todo mundo já esqueceu? Então é isso?
Me desculpem, eu detesto admitir, mas eu sou uma fã com ciuminho. Mas também uma fã indignada e com motivo!
Os fãs de Twilight podem me responder que nunca vão deixar de amar Harry Potter etc. e tal e que os Cullen são apenas a sua segunda paixão. Eu só fico me perguntando por que diabos eles merecem ser a segunda, terceira ou quadragésima paixão de alguém. Isto é, eu até sei o porquê. Eles são perfeitos, não é mesmo? Óbvio que todo mundo se apaixona por personagens perfeitos. O Edward é o maior exemplo - ele é lindo, gentil, amável, dedicado e tudo o mais. Verdade. Mas então cadê a genialidade dessa autora? Até eu, que não sou a maior literata do mundo, consigo fazer um texto descrevendo o homem perfeito e todo mundo vai dizer que casaria com ele fácil, fácil. Isso não faz de ninguém um bom autor, apenas um autor vendido.
Um bom autor faz você se apaixonar por Rony Weasley, que, à primeira vista, não tem motivo nenhum para merecer a sua atenção. Por Neville Longbottom, por Draco Malfoy, pela família Black. Ou, pelo auge da construção de personagem em Harry Potter, na minha opinião: Severo Snape. Estes sim são personagens. Talvez não sejam dignos de nenhum Nobel de literatura, mas com certeza exigiram um pouco mais de esforço mental para serem criados.

Sinceramente, entendo a minha posição de velha chata pensando assim, mesmo porque eu já ouvi muita gente reclamando demais de Harry Potter, que eu amo tanto quanto várias pessoas amam Twilight. Mas, levando em conta que eu ainda não encontrei nenhum fã de Twilight que não admitisse algo de ridículo na série, acho que mereço um pouco de compreensão.

Termino o post com a citação de uma amiga de opinião um pouco mais radical:
"Harry Potter os ensinou a ser fãs e eles, muito contentes com o que aprenderam, resolveram aplicar na primeira porcaria que aparecesse."

*senta e espera os tomates serem arremessados*

domingo, 26 de abril de 2009

Domingo, 19 de abril

Mamãe
Papai
Sophia
Samantha
Ricardo
Bruno
Vera
José
João
Isa
Cássio
Di
Juh
Sirius
Juan
Airo
Rody
Felipe
Caio
Fernanda
Nathália
Eduardo
Cis
Kel
Wellington
Luiza
Gustavo
Nina
Léo
Mires

Eu espero que tenham se divertido tanto quanto eu.
Obrigada!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Biblioteconomia

É o nome de um curso onde as pessoas ficam arrancando os cabelos com questões sobre organização e acesso à informação e ao conhecimento. Eles dizem que é uma profissão muito antiga, mas parece que nem sempre ela foi levada muito a sério. Uma certa enciclopédia chinesa intitulada Empório Celestial de Conhecimentos Benévolos, por exemplo, divide os animais nas seguintes classes:

(a) pertencentes ao Imperador
(b) embalsamados
(c) amestrados
(d) leitões
(e) sereias
(f) fabulosos
(g) cães soltos
(h) incluídos nesta classificação
(i) que se agitam como loucos
(j) inumeráveis
(k) desenhados com um finíssimo pincel de camelo
(l) etcétera
(m) que acabam de quebrar o vaso
(n) que de longe parecem moscas

E você se preocupando com a biologia no vestibular.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A USP

As pessoas acham que é muita folga a USP ter tantos feriados. Na próxima semana, por exemplo, eu não tenho aula - simplesmente porque é semana santa! Obviamente, gente como a minha irmã, que estuda numa faculdade judia e que não tem folga nem na sexta-feira santa, fica indignada com isso. Mas não é tão simples assim - eles te atolam de tanta coisa para fazer (principalmente porque com tanto feriado sobram poucos dias de aula e a matéria fica corrida) que você realmente vai precisar dessa semana de "folga".
Eu, particularmente, vou aproveitar para adiantar todas as leituras e trabalho que tenho que fazer - e para economizar o transporte, claro.
Mal vejo a hora de essa semana chegar. Eu estou mesmo muito atarefada, mas só de não precisar ir à aula já me dou por contente. Hoje, por exemplo, tive a aula mais chata do mundo. Eu não sei o que estava esperando quando me matriculei para fazer introduçãoaosestudoscomparadosdeliteraturaemlinguaportuguesa *para e toma um ar* na faculdade mais tediosa do mundo - a FFLCH.
Durante as duas horas de tormenta (foram duas? Ou será que foram doze?) eu me pus a filosofar de forma ineficiente. Eu só queria ter alguma conclusão inteligente para tirar do fato de que, há dez dias, eu fiz trilha até uma cachoeira e, daqui a dez dias, eu estarei na praia; mas hoje eu estava na FFLCH ouvindo gente chata falar de coisas chatas.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Tempo

Durante toda a semana passada, a população de São Paulo (e, acredito eu, de muitos outros lugares) quase derreteu sob um sol ridículo de 33ºC. Como é de se imaginar, todos por aí só sabiam reclamar.
Nesta segunda-feira, por conta de uma chuva boa durante a madrugada, a temperatura caiu para uns 27ºC. O que as pessoas fizeram? Saíram de casa com casacos de lã!

Dá para entender?

sexta-feira, 6 de março de 2009

No princípio, eram os Hepburn. Harry e Janis, jovens, recém-casados, cheios de sonhos. Um deles era ter filhos e alguém disse "que assim seja"; logo, nasceu Audrey, a primeira filha, comportada, bonita e estudiosa. Sendo assim tão... adjetivada, não é de se espantar que, ainda no início de sua vida adulta, tenha cativado um marido.
Audrey Hepburn tornou-se Audrey Weasley ao casar-se com Percy, com quem teve dois filhos, Molly e Peter. Mas nem tudo
é perfeito e, enquanto estava grávida de Peter, Audrey divorciou-se ao flagrar Percy trocando carícias com sua amante, Penelope Clearwater. A vida de Audrey nunca mais foi a mesma. Ela não chegou a casar-se de novo, embora tenha tido um caso com o entregador Gordon Kim e recebesse visitas diárias de Percy à sua casa durante o resto da vida. Já os seus filhos tiveram destinos mais felizes.
Molly cresceu tendo como sua melhor amiga Cristina, a filha que Harry e Janis adotaram quando Audrey casou-se. Além disso, casou-se com Lucy Weasley, uma moça cuja aspiração sempre foi formar uma família feliz. Por coincidência ou não, o irmão de Lucy, Hugo (já viúvo e com uma filha, Rose), casou-se com Cristina, que também passou a ser uma Weasley. Sua nova enteada, Rose, casou-se com Peter, fechando um ciclo estranho (mas não incestuoso!) entre as duas famílias

Cristina e Hugo foram muito felizes e tiveram uma vida muito romântica, até que Cristina faleceu naturalmente, enquanto falava ao telefone. Curiosamente, Hugo morreu da mesma forma, mas não ficou sozinho até esse momento - assim que ficou viúvo, começou a sair com uma jovem uns 20 anos mais jovem do que ele, chamada Lúcia. Essa Lúcia, por acaso, era casada. Mas isso não é um problema, uma vez que seu marido, Marco, andava tendo um caso também, com Cristina, a filha adotiva de Molly e Lucy (aparentemente, o orfanato da cidade não tinha muita criatividade). Esta Cristina era o orgulho de suas mães pois, apesar de não ter beleza exterior (o que talvez tenha sido o motivo pelo qual nunca chegou a se casar), ela sempre foi muito carinhosa e dedicada ao lar e à sua menina, Daniele, filha ilegítima de Marco, que nunca mais foi visto após gerá-la.
Peter e Rose foram outro casal feliz, talvez o casal mais bonito e romântico. Tiveram um filho bonito e saudável, Wilbur, que cresceu junto de Cristina e que completou quarenta anos virgem, mais ou menos quando adotou o seu filho Alfonso. Peter era tão apaixonado por Rose que morreu louco pouco tempo depois de perder sua esposa. Uma morte quase tão triste quanto à de sua irmã, Molly, que morreu ao voltar de um cansa
tivo de trabalho, ou da esposa dela, Lucy, que morreu, coitada, na festa do aniversário da neta. Daniele ficou muito triste mas, não tendo outra coisa a fazer, ocupou-se de comer o bolo que a avó tinha separado para si.

063. zerar 3 gerações de The Sims 2

Sei que o post ficou muito confuso, mas eu precisava muito falar sobre essa família. Para ilustrar melhor, vou colocar uma árvore genealógica e as minhas fotos favoritas. ^^

(clica na árvore que ela aumenta)

Álbum de fotos:






1. Harry e Janis (e a pequena Audrey) - como tudo começou.










2. Molly e Lucy - fofas.









3. Peter com cara de bobo (e Rose de costas).









4. Wilbur praticando namoro... com o espelho.









5. Afonso contente em ver o resultado da natação.









6. Homem mau que veio me castigar por não pagar as contas. =(








7. E a minha favorita... A morte mandando Rose fazer exercícios! (sim, aquilo para onde ela está apontando é uma máquina de exercícios)

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Três meses

Eu acho que não é todo mundo que tem esse tempo todo para curtir férias. Na verdade, eu podia não ter. Foi minha opção. Então decidi que aproveitaria.
O que é aproveitar?
Não tenho dinheiro, sinceramente, então não deu para visitar o Grand Canyon desta vez. Mas eu não tenho do que reclamar.

Eu fui para São José dos Campos, para Piracicaba, para a Praia Grande e para São José dos Campos de novo.
Eu assisti muitos filmes bons - alguns dos quais estão me fazendo rir até agora.
Eu passei muito tempo jogando The Sims e baixando séries. E gostei disso.
Eu li muito.
Eu fiz uma oficina infantil no Centro Cultural São Paulo.
Eu fui a cinco museus diferentes.
Eu fui à formatura da minha amiga e dancei mais do que nunca.
Eu risquei itens da minha linda e enorme lista de metas.
Eu pedi licença para entrar no mar e me perdi olhando o pôr-do-sol.
Eu revisei textos tentando me adequar à nova ortografia.
Eu levei minha irmã ao cinema e fiquei tonta graças a um óculos 3D.
Eu me emocionei por causa de um monte de fogos de artifício.
Eu fiz um bolo que ficou ruim.
Eu tive um dia em que muitas coisas deram errado e em que, ainda assim, eu não pude ficar de mau humor.
Eu fiquei rindo enquanto observava duas pessoas tentando acender uma churrasqueira.
Eu joguei Guitar Hero. =]
Eu visitei vários amigos.
Eu passeei com vários amigos.

Eu peguei carona às quatro da manhã num carro com outras seis pessoas. E ri durante todo o percurso, sem ter ingerido um gole de álcool.
Eu joguei Twister.
Eu joguei tinta em algumas seletas pessoas.
Eu parei para admirar o céu do lado de alguém que eu amo, quando estávamos com muita pressa. Mais de uma vez.
Eu vendi cerveja de 269mL por R$1,50 sob a justificativa de que "É a crise...".
Eu amei, ri e chorei.
E eu almocei sorvete mais de uma vez.

Resta mais uma semana de férias. E eu não pretendo deixá-la passar em branco.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Os ônibus tiram sarro de mim

Eu lembro do tempo em que eles me davam "bom dia" pela manhã. Mas esse tempo já passou.

Eu estou esperando para atravessar a avenida e chegar ao ponto. Lá do outro lado, longe do meu alcance, vejo passarem um ônibus laranja e um azul. Espero que não sejam os meus.
Atravesso. Espero.
Vários ônibus passam:
Casa Verde.
Circular.
Casa Verde.
Casa Verde.
Para quê tantos Casa Verde?
Pça da Sé.
Casa Verde de novo.
A porcaria do Tucuruvi não passa nunca!
Chega mais um ônibus azul. Tucuruvi. Beleza.
Boa tarde. Boa tarde.
Sento lá no fundo. Abro um livro. Leio.
Ainda bem que eu trouxe um livro hoje. É muito chato olhar pela janela todo dia, pelo mesmo caminho.
Por falar nisso, onde será que eu estou?
Olha pela janela.
CARAMBA, ONDE É QUE EU TÔ?!
Teodoro Sampaio, diz uma voz na minha cabeça. Ou talvez tenha sido uma placa mesmo.
Okay, Teodoro. Que diabos estou fazendo aqui?
Pergunta para o cobrador.
Este ônibus passa no metrô. Estou salva.
Que metrô?
Clínicas.
Cai a ficha. Eu não acredito.
Este não é o Tucuruvi. É o Casa Verde.
Eles estão de brincadeira comigo.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Algo

Tem alguma coisa no ar e essa coisa está me irritando profundamente. Se eu pudesse, eu dava um jeito nela. Picotava com uma tesoura ou enfiava no congelador da geladeira dos fundos, por exemplo. Mas eu não consigo saber o que é essa coisa!
É mais ou menos como quando eu estou com vontade de comer uma coisa (até chego a sentir o gosto), mas não consigo identificar o que é.
E eu queria escrever isso na forma de um poema, mas eu sou péssima em poemas e nem sei rimar.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Bolt - O Supercão

Comentário sem importância de uma leiga em cinema. Com spoilers? Acho que não. Depende do que você considera spoilers. Mas não se preocupe, não vou contar o fim do filme.


Bolt é uma graça. Em certos aspectos, melhor do que o anunciado. A Disney/Pixar faz um humor maravilhoso sem cair na babaquice como muitos outros filmes de animação têm feito. Minha opinião é suspeita, mas eu disse desde o começo do post que este é um comentário sem importância.
Enfim. Bolt me fez chorar muito por trás daqueles óculos 3D que dão tontura (e que nem são tãao legais assim). Mas talvez os humanos normais, sem excessiva preocupação com o bem estar de gatinhos e cachorrinhos mundo afora, não chorem.
Apesar de ter gostado tanto do filme (e daquela gatinha FOFA E LINDA), eu tenho também minhas críticas negativas a fazer. Não acho que o filme salve a Disney/Pixar de uma era de trevas, como anunciou a revista SET. Nem em termos de animação, nem de roteiro. A qualidade continua excelente, não sei o que eles quiseram dizer com trevas (não lembro se foi essa a palavra usada, mas você entendeu). Afinal, os últimos filmes deles foram WALL-E (com um merecido Golden Globe 2009 e rumo aos Academy Awards, pelo menos assim eu espero) e, antes desse, Ratatouille (que me faz querer assisti-lo de novo e de novo, como há muitos anos não acontecia com meus amados filmes da Disney). Bolt é mais um na coleção de emocionantes e memoráveis filmes da Disney. À exceção, talvez, de O Galinho Chicken Little, que me decepcionou um pouco.

Eu esperava um pouco mais de Bolt apenas no quesito "crise existencial". Para quem não sabe, o filme conta a história de um cão que grava uma série de TV em que tem super-poderes. Mas o coitado pensa que tudo aquilo é de verdade e, quando sai por aí no mundo real, é uma palhaçada só ele pensando que gatos são agentes do mal etc. Se você acha que já viu algo parecido antes, deve estar se lembrando de quando assistiu Toy Story. Sim, Bolt tem Complexo de Buzz Lightyear. Mas isso foi muito mal trabalhado, na minha opinião. Sabe, quando o Buzz descobria que tudo em que ele acreditava não existia, ele primeiro ficava doido ("Quer mais chá, dona Marocas?") e depois, depressivo. E só no fim do filme ele se aceitava como era e aprendia a ser feliz daquele jeito. Em comparação com isso, eu achei que o Bolt aceitou tudo tão bem. Sabe... "Eu não sou um supercão. Droga. Okay, vamos continuar o filme."
Tá bom que talvez ficasse muito repetitivo ele ter exatamente a mesma crise que o Buzz. Mas do jeito que ficou, não me convenceu muito.

Enfim, antes que alguém me arremesse um sapato... Independente da crise existencial dele ou do quanto eu amo Ratatouille, eu adorei Bolt. Acho que vale a pena, sim, assistir. Porque, apesar de qualquer coisa... é Disney! E a Disney quase nunca decepciona. Principalmente quando se une à Pixar. ;)







Ninguém leu este post inteiro. Mas tudo bem, eu estava afim de escrever e é isso que importa.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Praia

Fazia muito tempo que eu não a via. E que alegria me dá.
Estive refletindo ontem sobre a semana que passei. Cair na rotina nunca foi tão gostoso. Sabe, acordar todo dia e nem pensar "o que vou fazer hoje?", porque eu já sei o que vou fazer: vou à praia! Sentir o mar ir e voltar lavando minhas pernas enquanto eu caminho e olho para o céu, tão limpo, tão claro, tão bonito. Tão azul que chega a ser clichê. Assim como o mar, como eu amo o mar, como eu amo a praia. É incrível como ela me faz ignorar qualquer coisa ruim que aconteça à volta - palitos de sorvete atirados na areia por aquele mundaréu de gente feia e mal educada (afinal, estive na Praia Grande - em alta temporada -, e não no Caribe).
Eu não podia deixar de ficar feliz. Era a praia! Dela eu podia ver a linha do horizonte, acima do mar, imaginar a imensidão além daquela linha, ver aquelas águas embelezarem o pôr-do-sol e refletirem a queima de fogos que eu não via há 18 anos.
Às vezes eu chego a me perguntar se não é irritante para os outros que eu veja tamanha beleza nas coisas. Mas é tão inevitável... e talvez fosse mais irritante se eu não visse beleza em nada. Se é que isso é possível - afinal, quem não ama o mar?