sábado, 29 de agosto de 2009

A conversa dos outros

"Há também as conversas dos outros [...], que acabam se infiltrando nos nossos ouvidos quer gostemos ou não. Mas eu poderia fazer um post apenas sobre elas[...]"
Eu mesma, 3 de julho de 2009.


A começar por duas meninas a caminho da USP:
- Ah, não, aquela lá...
- ... ela não sabia nem diferenciar uma veia de uma artéria!
E as duas riram, muito divertidas.

Uma mãe, no metrô:
- Continua fazendo isso que você vai ver, quando tiver a minha idade, como você vai estar.
A filha, lá pelos seus 13 anos:
- Quando eu tiver a sua idade eu não vou estar mais nessa vida, não, eu vou casar com um homem bem rico e vou andar só de carro.
A amiga da filha:
- Já pensou, um homem rico, moreno de olho verde? Você tava feita!

Uma mulher conversando com a amiga atrás de mim:
- O meu namorado eu conheci lá na Indianópolis. Eu tava fazendo meu ponto quando ele passou e eu disse 'vou naquele'. A [fulana] disse 'mas ele não está nem de carro!' e eu respondi 'ah, minha filha, tenho que trabalhar'.
Para quem não é de São Paulo, Indianópolis é uma avenida com muita prostituição.

Um grupo de amigos conversava no fundo do ônibus, quando a única menina do grupo começa um verdadeiro interrogatório com um deles:
- !!! Você está pegando alguém?!
- É.
- Por que você não me contou? Quem é?
- Ah, uma mina aí...
- Ah, me conta quem é!
- Não...
- Conta, vai! Conta! Conta!
- Hm...
- Posso tentar adivinhar?
- Hm...
- É alguém que eu conheço? Tá na nossa sala? Como ela é?
Aqui não parece tão irritante, mas o interrogatório durou bem uns dez minutos. Eu tive muita vontade de socorrer o coitado do menino.

Um cara, para uma menina que esperava para descer, se segurando como podia enquanto o ônibus fazia suas rotatórias:
- Essas curvas são traiçoeiras, não?
A menina sorriu para ele, provavelmente reconhecendo um colega ou amigo que não tinha percebido ali.
- Quem fez essa USP não pensou nos ônibus, viu... - continuou ele.

Uma menina no ponto de ônibus falando mal das princesas da Disney:
- Não é só a Bela Adormecida, são todas. É uma mais ridícula que a outra, é a coisa mais machista que eu já vi na vida. A Bela então é terrível.
Eu já fiquei espantada e esperando o que diabos ela podia ter para falar da Bela.
- Imagina, tem um trecho da música que ela fala assim: *cantando* 'Madam Gaston, casar com ele. Madam Gaston, mas que horror. Jamais serei esposa dele, eu quero mais a vida do interior'. É uma mulher totalmente sem perspectivas!
Eu concordaria com a menina, mas não é isso que a Bela fala. Ela diz 'eu quero mais que a vida no interior'! Se tem uma princesa da Disney sem perspectiva na vida, com certeza não é a Bela. Que raiva, que vontade de gansar na conversa da menina!

Um cara sentado ao meu lado, falando para o outro:
- A diferença entre os seres humanos e os animais está na forma como fazemos sexo.

Duas amigas no ponto de ônibus:
- Às vezes uma mulher monogâmica, o marido dela transa com uma puta e ela pega AIDS. E eu, transando com cinco pessoas por ano e usando camisinha, não posso doar sangue! Fiquei puta!
- Mas você não pode mentir?


Agora não lembro de mais nenhuma conversa... mas já dá para vocês terem noção.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ela disse adeus

Mas não foi que nem na música.
Ela disse adeus e não chorou. E ela tinha muito, muito amor.

Okay, na verdade ela não disse adeus. E nem eu. Porque adeus é muito triste. A gente disse tchau. Porque muito em breve nos veremos de novo.

Na hora, eu não fiquei triste. Eu estava ocupada demais pensando em como ela merece isso. Em como ela merece todas as experiências boas que a vida puder lhe proporcionar. Estava ocupada demais sentindo o carinho de seus abraços pela última vez em um ano.

Foi apenas ontem que a fixa caiu. Quando eu descrevia a minha amiga para alguém que provavelmente não vai conhecê-la. Eu falei da sua alegria e do seu charme. Eu pensei no seu sorriso e em como ela obriga todos ao redor a se apaixonarem por ela.
Foi a primeira vez em que fiquei triste por ela não estar aqui comigo. Não foi uma tristeza cem por cento. Eu sei que ela vai voltar muito chata e vai ficar mais chata ainda quando entrar na faculdade, e sei que eu deixarei de amá-la automaticamente quando isso acontecer.
Mas, por hora, eu ainda adoro aquela menina e não posso deixar de sentir falta dela.

Eu realmente espero que ela seja muito, muito feliz.

domingo, 9 de agosto de 2009

Um devido agradecimento

Sabe quando você gosta muito de fazer uma coisa, tanto que se oferece para ajudar os outros fazendo aquilo? Sabe quando você se diverte fazendo algo útil? Sabe quando você chega a se comprometer com as pessoas que fará aquilo para elas?

Bom, eu me comprometi. E a minha diversão era betar (revisar) as fanfics dos outros. Cheguei a fazer parte da equipe do 3V, recentemente extinto site de fanfics. Mas as autoras - e também amigas - que sempre me mandavam suas fics eram três: Jane Ravenclaw, Noah Black e Victoria Weasley. Elas foram muito amáveis e perdoaram todos os meus atrasos absurdos. Confiaram a mim os seus textos e me deixaram corrigi-los e comentá-los. Elas me deixaram ajudá-las e assim, mal elas sabem, me ajudaram muito.

No início do mês de Maio deste ano eu recebi uma ligação de uma produtora editorial e fui contratada para um serviço de freelance que estou fazendo há três meses. No início precisava-se de alguém que soubesse mexer bem no Word. A minha amiga, que já trabalhava no lugar, me recomendou - ela lembrou que eu passei muito tempo com o Word aberto lendo e corrigindo fics. Depois de dois meses de serviço, precisava-se de alguém para revisão de texto. E mais uma vez meu nome foi lembrado graças às minhas atividades de betagem.

Eu me sinto muito mal por ter negligenciado essas meninas. Não tive tempo para terminar suas fics, justamente devido às coisas boas que elas me trouxeram. Um dia desses eu cheguei a comentar, com uma das meninas, que eu tinha sumido porque me sentia mal de aparecer para falar com elas sempre com um "desculpa, prometo que até tal dia eu beto".

Elas são muito pacientes e legais comigo. Sem contar que me dão o privilégio de ser uma das primeiras leitoras de suas obras (que, por sinal, são muito boas). Então, em vez de implorar desculpas mais uma vez, eu agradeço. Agradeço muito a todas e desejo muito sucesso. Vocês são ótimas!