sexta-feira, 30 de abril de 2010

Funcionários da Disney

Um dia desses li em um livro que as pessoas esperam em New York a mesma hospitalidade que receberam em Orlando, e que é por isso que elas se sentem mal na Grande Maçã.
É gostoso quando a gente lê uma referência dessas, com duas cidades famosas, pontos turísticos mundiais e pensa "ha, eu já estive nesta aqui", e também "ha, eu sei do que ele está falando". Porque eu senti e recebi a hospitalidade de Orlando.
Um dia desses me peguei pensando nisso, revendo mentalmente conversas, bem rápidas, que tive com os funcionários e atendentes dos lugares em que estive durante minha viagem. E percebi como tudo naquele lugar é absurdamente marcante - até mesmo esses papos rápidos, tudo contribui para o seu "Dream Come True".

São lembranças bobas, que emocionam só a mim - e talvez a alguém que tenha também viajado para lá. Mesmo assim, gosto de revê-las e comentá-las, com quem estiver afim de ler.
Teve por exemplo a moça fofa da loja do hotel, que não queria me vender um cartão telefônico, simplesmente porque para uma ligação internacional ele duraria muito pouco e ela não queria que eu desperdiçasse meu dinheiro. Ou o rapaz italiano que usou comigo várias palavras em sua língua nativa, mas que falou em inglês com a minha amiga (que sabe italiano).

Eu nunca esqueço do menino que me atendeu numa loja do Magic Kingdom. Ele devia ser mais novo que eu, uma carinha nova, feliz e cheia de espinhas. Teve uma conversa rápida sobre por que o meu botton de "1st visit" era da edição antiga (é emprestado de uma amiga) e, na hora de embalar o pinguim de pelúcia que eu comprava, quis colocá-lo numa sacola pequena demais. Quando percebeu que o boneco não entraria inteiro, deixou-o com os bracinhos e a cabeça para fora e me deu um sorriso de "olha, ficou engraçadinho".
Esse foi um funcionário fofo entre muitos com quem falei no Magic Kingdom - com o tempo, você percebe que na Disney não se diz "Good Morning" e sim "Hello", e que no Magic Kingdom a despedida mais usada é "Have a magical day!" (geralmente, uma sugestão aceita e seguida).

"No appetizers today?" é uma frase que eu me lembro na voz simpatissíssimo garçon do Planet Hollywood, no Downtown Disney. Essa e "Are you two sisters?" (acho que ouvi essa pergunta umas cinco vezes nessa viagem). Infelizmente, não me lembro do nome dele, embora eu goste de pensar que era Greg. Tampouco me lembro da frase que ele usou para perguntar se eu estava gostando do meu milkshake, mas lembro muito bem da resposta "YES!".

Teve também a Chantal, do hotel, que sorriu quando eu disse que gostava do nome dela. Ou a moça do oeste do país que estava atendendo a todos carrancuda, com cara de "it's not a magical day", até que eu perguntei de que estado americano era a sigla em seu crachá e ela desembestou a me falar sobre como era legal o lugar de onde ela vinha.

Na Universal também teve funcionários simpáticos, como o senhor da loja da Múmia, que começou a ensaiar um português estranho quando dissemos de onde vínhamos - "Tchau, amigo, obrigada!" (num sotaque americano, num senhor gordinho, isso fica uma graça).
E as meninas do Hard Rock Cafe - uma tentando obstinadamente convencer os brasileiros a dançar YMCA (comigo ela não precisou insistir muito) e outra nos contando sobre a área de shows e a sala do John Lennon, enquanto usava uma curiosa tiara de unicórnio.

Teve esses e outros, todos solícitos demais, simpáticos demais, sempre contentes em te atender, em estar ali, em fazer parte daquilo. Todos parte da magia. Todos parte da minha viagem.

Principalmente a Lilian - a moça que arrumou as nossas camas todos os dias e ainda deixou um bilhete de despedida quando fomos embora, terminando em "God bless you".



Memorável.