segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Video game

Às vezes, quando você está jogando video game com alguém, se você tem maior familiaridade com o jogo, a pessoa te pede ajuda para passar de uma fase.
Para você, isso a princípio é legal. Alguns gostam mais, outros, menos. Mas o fato é que todo mundo gosta de saber que sua ajuda é necessária. Dá um up no ego, sabe?
O problema é que algumas pessoas não querem exatamente que você ajude. Elas querem que você jogue por elas. Às vezes é só naquela fase. Às vezes é no jogo todo. E daí a brincadeira acaba perdendo a graça.
Esse tipo de pessoa pode apresentar vários tipos diferentes de reações durante o seu jogo. Há os que ficam em silêncio e apenas assistem você jogar por eles, passar de fase por eles, se divertir por eles. Há os que ficam te dizendo o que fazer, que botão apertar, que caminho seguir, o que às vezes te dá vontade de devolver o controle e ir jogar baralho. E há, é claro, os que apenas te admiram, "Nossa, eu queria saber jogar que nem você".
A maioria dessas pessoas, quando você joga com elas (por elas) com frequência, acaba misturando um pouco de cada um desses comportamentos. Por vezes elas acrescentam um quê de ingratidão - como comemorar com outro amigo quando o jogo termina, ou exibir suas façanhas como se fossem delas - ou de egoísmo - como querer pegar o controle só nas fases bônus. Mas o fato é que elas nunca querem assumir o controle. Elas gostam do jeito que está. É legal para elas ver o jogo fluir sem ter que fazer esforço, é legal ter alguém para culpar quando não dá certo.
Mas só é cômodo e divertido para elas. Existe um momento em que você cansa de jogar solo. Você quer acrescentar um jogador, ou revezar as fases. Você também quer ajuda. Você quer lutar e vencer junto. Quer saber que, quando seu personagem morrer, haverá um outro para pegar o check point. Você quer companhia para se divertir e para conquistar algo.

A não ser que a outra pessoa crie coragem de pegar o controle e se esforce também, ela, cedo ou tarde, vai deixar de ser uma boa companheira.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Fumantes

Eu só queria saber por que o mundo tem tanto deles.
Sério mesmo.

Revoltada, como sempre.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Fábula

O gato latiu.
O rato pensou que era um cachorro e saiu.
O gato comeu o rato.

Hoje em dia quem não fala duas línguas está perdido.





Contada há muito tempo, por um conhecido.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ver até agosto 2011

Da minha lista de 101 coisas em 1001 dias:
060. [Assistir a]todos os filmes do álbum da Disney

- Branca de Neve
- Pinóquio
- Fantasia*
- Dumbo
- Bambi
- Alô, Amigos!*
- Você já foi à Bahia?*
- Música Maestro!*
- Como é bom se divertir*
- Tempo de Melodia*
- As Aventuras de Ichabod e o Sr. Sapo*
- Cinderela
- Alice no País das Maravilhas
- Peter Pan
- A Dama e o Vagabundo
- A Bela Adormecida
- 101 Dálmatas
- A Espada era a Lei
- Mogli - O Menino Lobo
- Aristogatas
- Robin Hood
- Puff - O Ursinho Guloso
- Bernardo e Bianca
- O Cão e a Raposa
- O Caldeirão Mágico
- As Peripécias do Ratinho Detetive*
- Oliver e Sua Turma
- A Pequena Sereia
- Bernardo e Bianca na Terra dos Cangurus*
- A Bela e a Fera
- Aladdin
- O Rei Leão
- Pocahontas
-
O Corcunda de Notre Dame
- Hércules
- Mulan
- Tarzan
- Fantasia 2000*
- Dinossauro
- A Nova Onda do Imperador
- Atlantis
- Lilo & Stitch
- Planeta do Tesouro
- Irmão Urso
- Nem que a Vaca Tussa
- O Galinho Chicken Little
- Selvagem*
- Toy Story
- Vida de Inseto
- Toy Story 2
- Monstros S.A.
- Procurando Nemo
- Os Incríveis
- Carros

* filmes que eu nunca vi. Os outros eu já vi, mas tenho que rever dentro desse prazo. Ah, que sacrifício...


São 54 para ver em 15 meses. Pouco mais de 3 filmes por mês.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Funcionários da Disney

Um dia desses li em um livro que as pessoas esperam em New York a mesma hospitalidade que receberam em Orlando, e que é por isso que elas se sentem mal na Grande Maçã.
É gostoso quando a gente lê uma referência dessas, com duas cidades famosas, pontos turísticos mundiais e pensa "ha, eu já estive nesta aqui", e também "ha, eu sei do que ele está falando". Porque eu senti e recebi a hospitalidade de Orlando.
Um dia desses me peguei pensando nisso, revendo mentalmente conversas, bem rápidas, que tive com os funcionários e atendentes dos lugares em que estive durante minha viagem. E percebi como tudo naquele lugar é absurdamente marcante - até mesmo esses papos rápidos, tudo contribui para o seu "Dream Come True".

São lembranças bobas, que emocionam só a mim - e talvez a alguém que tenha também viajado para lá. Mesmo assim, gosto de revê-las e comentá-las, com quem estiver afim de ler.
Teve por exemplo a moça fofa da loja do hotel, que não queria me vender um cartão telefônico, simplesmente porque para uma ligação internacional ele duraria muito pouco e ela não queria que eu desperdiçasse meu dinheiro. Ou o rapaz italiano que usou comigo várias palavras em sua língua nativa, mas que falou em inglês com a minha amiga (que sabe italiano).

Eu nunca esqueço do menino que me atendeu numa loja do Magic Kingdom. Ele devia ser mais novo que eu, uma carinha nova, feliz e cheia de espinhas. Teve uma conversa rápida sobre por que o meu botton de "1st visit" era da edição antiga (é emprestado de uma amiga) e, na hora de embalar o pinguim de pelúcia que eu comprava, quis colocá-lo numa sacola pequena demais. Quando percebeu que o boneco não entraria inteiro, deixou-o com os bracinhos e a cabeça para fora e me deu um sorriso de "olha, ficou engraçadinho".
Esse foi um funcionário fofo entre muitos com quem falei no Magic Kingdom - com o tempo, você percebe que na Disney não se diz "Good Morning" e sim "Hello", e que no Magic Kingdom a despedida mais usada é "Have a magical day!" (geralmente, uma sugestão aceita e seguida).

"No appetizers today?" é uma frase que eu me lembro na voz simpatissíssimo garçon do Planet Hollywood, no Downtown Disney. Essa e "Are you two sisters?" (acho que ouvi essa pergunta umas cinco vezes nessa viagem). Infelizmente, não me lembro do nome dele, embora eu goste de pensar que era Greg. Tampouco me lembro da frase que ele usou para perguntar se eu estava gostando do meu milkshake, mas lembro muito bem da resposta "YES!".

Teve também a Chantal, do hotel, que sorriu quando eu disse que gostava do nome dela. Ou a moça do oeste do país que estava atendendo a todos carrancuda, com cara de "it's not a magical day", até que eu perguntei de que estado americano era a sigla em seu crachá e ela desembestou a me falar sobre como era legal o lugar de onde ela vinha.

Na Universal também teve funcionários simpáticos, como o senhor da loja da Múmia, que começou a ensaiar um português estranho quando dissemos de onde vínhamos - "Tchau, amigo, obrigada!" (num sotaque americano, num senhor gordinho, isso fica uma graça).
E as meninas do Hard Rock Cafe - uma tentando obstinadamente convencer os brasileiros a dançar YMCA (comigo ela não precisou insistir muito) e outra nos contando sobre a área de shows e a sala do John Lennon, enquanto usava uma curiosa tiara de unicórnio.

Teve esses e outros, todos solícitos demais, simpáticos demais, sempre contentes em te atender, em estar ali, em fazer parte daquilo. Todos parte da magia. Todos parte da minha viagem.

Principalmente a Lilian - a moça que arrumou as nossas camas todos os dias e ainda deixou um bilhete de despedida quando fomos embora, terminando em "God bless you".



Memorável.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Holly e Luka




Gatos são como bebês. Só que mais legais.


Eles falam com você quando você está ocupada. Mas daí eles entendem que você está ocupada, deitam do seu lado e esperam quietinhos até que você possa dar atenção.
E então eles falam com você de novo. Mas, como bebês, eles não falam na sua língua. Você precisa decrifrar o que eles querem - porque outro ponto em comum é que eles geralmente só falam quando precisam de algo.
Mas eles sabem te mostrar o que eles querem. De alguma forma, eles conversam com você. Eles te entendem e se fazem entender. E às vezes, olhando nos olhos deles, você tem a sensação de que eles são exatamente como você, mas em um corpo diferente, com condições diferentes.
E por isso, mas não só por isso, eles te encantam.

Falar de gatos sempre nos faz parecer aquela velha solitária que tem pelo menos vinte em casa (e que vive só com eles, nem pensar em ficar com outros seres humanos). Assim como falar de bebês sempre nos faz parecer aquele personagem que tira as fotos dos filhos da carteira quando você pergunta (só por educação) sobre eles.

Amar gatos é algo que só se entende quando se ama gatos.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Conversas com estranhos

Apenas um motivo pelo qual eu as evito:



[no ponto de ônibus, na USP]
- Você trabalha aqui?
- Não, estudo.
- Direito?
- Não, Editoração.
- Ahhhh! "De coração" é bom, né, tem cada vez mais gente morrendo de infarte no Brasil.
- *morrendo de vergonha* É um problema, né?
- O meu pai mesmo morreu do coração... [relato sobre o que aconteceu ao pai dele] Alguns dizem que é genético, alguns dizem que não... é genético? *cara de quem está perguntando para uma especialista*
- Pois é, cada hora falam uma coisa, né... opa, chegou meu ônibus. Tchau!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Antipatia

Qual será que é o problema em não querer conversar com estranhos na rua?

Errado não é fugir das pessoas, errado é ficar importunando-as com papo-furado do tipo "nossa, que chuva, né?" em pleno temporal de verão em São Paulo.
Eu pareço um ímã para esse tipo de gente, sabe, que quer puxar conversa nas filas ou no ônibus a todo custo. E andar com um livro não adianta - só me deixa mais irritada, porque ninguém respeita um apreciador da literatura tentando se distrair.

Pelo menos o escritório novo não tem acessorista no elevador.





Terminei o post sentindo que soei mesmo muito antipática. Bom... c'est la vie!